Herdade da Coitadinha

“Coitadinha” significa “Coutada Pequena”, o que diz bem da qualidade destas terras para a caça. A História da Herdade da Coitadinha está ligada à história da vila medieval de Noudar.

A sua propriedade passa das mãos da Ordem de Avis para a dos governadores da vila sem que a sua função pouco ou nada se altere.
No século XIX, depois da revolução liberal, a propriedade chega às mãos de José Bonifácio Garcia Barroso, negociante e proprietário em Barrancos. Em 1893, o seu filho João Barroso Domingues, adquire o Castelo de Noudar.
Na herdade a exploração pecuária era muito importante, existindo também pequenas parcelas arrendadas aos moradores de Barrancos que as utilizavam para cereal, matos e hortas.

A GUERRA CIVIL DE ESPANHA
A guerra civil de Espanha (1936-1939) foi consequência do golpe militar de 18 Julho de 1936 liderado pelo general Francisco Franco contra o governo democrático da II Republica. Em Setembro de 1936 foi improvisado na herdade da Coitadinha um campo de refugiados, que acolheu centenas de republicanos fugidos do genocídio político perpetrado pelos golpistas. Aqui foram protegidos pelos militares portugueses que vigiavam a fronteira, e aguardaram repatriamento para a zona republicana de Tarragona (Catalunha). A proteção militar da responsabilidade do tenente António Augusto de Seixas da Guarda Fiscal e a solidariedade dos Barranquenhos foram determinantes para a sobrevivência de milhares de pessoas durante a guerra civil espanhola. 

Percurso Campo de Refugiados da Guerra Civil de Espanha, na Herdade da Coitadinha

O CONTRABANDO
Associadas a Barrancos estão as histórias de contrabando que se praticou durante centenas de anos. Este foi um local de trocas comerciais não oficiais, feitas próximo da fronteira, nos locais de mais fácil passagem e refúgio do rio Ardila, em locais e horas marcadas. Tudo servia para comerciar, mantendo-se assim uma rede de solidariedade que ajudou à sobrevivência e melhoria das condições de vida das gentes do interior.

CHOÇAS E MALHADAS

As choças e malhadas são antigas estruturas agrícolas utilizadas pelos maiorais e pastores da Herdade da Coitadinha. As choças, construídas em pedra empilhada ou em taipa e telhado de colmo, destinavam-se ao abrigo do pastor e da sua família e albergavam famílias numerosas que nesses espaços exíguos pernoitavam e viviam. As malhadas situavam-se nas imediações e eram, habitualmente, cercas em pedra que serviam para guardar o gado.